Marina produziu engajamento, Dilma e Serra não

Relacionamento online: pelo ponto de vista do eleitor na internet, Serra e Dilma não chegaram a criar identificação. Marina sim, por isso cresceu.
O Obama indicou o rumo do novo marketing político, os candidatos tupiniquins se empolgaram e tentaram recriar em terras brasileiras efeito parecido. Será que conseguiram?
Nas últimas eleições americanas, assistimos o fenômeno Obama 2.0 fisgar o eleitor, engajá-lo, dar-lhe esperança e finalmente eleger o primeiro presidente americano negro da história, tornando a web obrigatória no marketing político moderno.
Com tamanho sucesso, óbvio que todos os políticos quiseram buscar o seu lugar no sol do Obama. Cada um à sua forma, buscaram utilizar a internet para mobilizar o eleitorado e exploraram as possibilidades da rede com um único objetivo – converter o maior número possível de cabos.
Qualificar não, viralizar sim
Se por um lado o eleitor a cada dia está mais 2.0, pelo outro os políticos estão cada vez mais 1.0. O candidato José Serra, por exemplo, começou patinando quando o assunto foi presença online. O conteúdo virou acessório em seu site que tentava engajar o eleitor, sugerindo que esse faça seu próprio avatar da campanha e o distribua para sua rede de contatos. O foco era claro: viralizar e quantificar. Qualificar? Jamais!
Serra ainda transgrediu a etiqueta online e suplicou para que seu eleitor se engajasse e ainda mobilizasse sua rede de contatos: “Ajude-nos a enviar este vídeo para todos os seus amigos AGORA!”.
Infelizmente no PSDB as eleições 2.0 ficaram somente na intenção, provando que marketing político 2.0 é muito mais do que fazer página de fãs do Facebook e mandar todos militantes convidarem os amigos para campanhas como #Serra45 e #Aloisio451.
Faltou o mais importante: motivar, interagir, participar, aproximar o candidato ao eleitor. Procurando o tom
Já a candidata do PT quando deram o Obama como referência, resolveu dar um copy paste no site do presidente americano. Mandou aplicar as cores do PT, colocar “umas fotinhos” dela e foi se arriscar no Twitter sem conhecer a ferramenta. Rolou menção sem o @, errinhos de português, entre outros.
Quando a Dilma finalmente passou a entender a ferramenta (ou colocaram alguém que a conheça), nove entre cada dez tweets vinham com o texto “Conto com vocês”. Mais político mpossível, precisa ser muito militante para não dar um unfollow. Oh mala online!
Nenhum dos dois candidatos conseguiu ir além da verdade “a internet é a bola da vez” e ver a oportunidade que tiveram em suas mãos de realmente se aproximarem dos eleitores, conseguirem mostrar o lado humano e criar identificação, trabalhar de forma dirigida suas propostas de governo, compreender as necessidades desse eleitorado, e acima de tudo, construir relacionamentos e criar um canal de comunicação de duas vias.
Se os candidatos favoritos decepcionaram com sua campanha online, a candidata do PV foi uma surpresa para lá de agradável.
Lembro que para mim a Marina não fedia e nem cheirava. Até que em um dia vi um tweet de um amigo sobre uma twitcam ao vivo com a candidata; não dei bola. Segundos depois vi mais uma mensagem; ignorei, confesso. Na seqüência um amigo me manda o link pelo MSN e não resisti! Em menos de dez minutos tinha sido convidado a ver a Marina por três pessoas diferentes, que não se conheciam e tinham pouco em comum. Eu precisava conferir o que era que essa candidata tinha.
Um dos candidatos 1.0 que citei perdeu meu voto naquele momento. Nunca tinha estado tão próximo de um político, nunca um candidato tinha falado a minha língua e mais que isso nunca me vi representado por nenhum deles. A internet quando usada corretamente é incrível, não é? Cria conceitos, aproxima, dá ao pequeno uma força enorme capaz de fazer uma verdadeira revolução.
Aquilo mexeu comigo, me tocou e logo passei para meus contatos, mesmo sem a Marina me pedir isso, ou falar que contava comigo. Comecei compartilhar os projetos que ali tinha visto nas minhas redes sociais. Para minha surpresa, #Marina43 foi um dos assuntos mais falados do Twitter e por diversas vezes e muitos amigos estavam postando coisas da presidenciável no Facebook. Até montagem da Marina à la Obama surgiu. Excelente! Eu não fui único que se engajou com a presidenciável.
Você pode até alegar que a Marina talvez tenha feito a melhor a campanha online, mas não o suficiente, pois não foi para o segundo turno. Se pensa assim, veja que a Marina iniciou a corrida com 9% das intenções de voto e terminou abocanhando 19%.
Que “a internet é o caminho” todos candidatos já sabem e apostam nela com tudo que podem. Agora vamos ver se eles vão entender que o segredo é engajar como o Obama. [Webinsider]

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